Com o avanço da mobilidade elétrica no mundo, saber gestão de frotas para veículos elétricos se tornou uma necessidade para quem quer se manter no mercado.
Para você ser um dos primeiros a saber do assunto, no post de hoje, eu conversarei com o gestor de frotas elétricas Fabrício, que te explicará com detalhes sobre esse assunto do futuro.
Conteúdo
Fabrício é um profissional com mais de 24 anos de experiência no setor de transporte.
Sua trajetória profissional iniciou como cobrador de ônibus na década de 2000, evoluindo para a posição de motorista. Ao longo do tempo, ele começou a atuar na área de treinamento, onde acumulou mais de 10 anos de experiência.
Nosso convidado trabalha na TEVX, empresa que representa uma fabricante chinês de veículos, incluindo ônibus elétricos, caminhões, vans e carros.
Dentro da empresa, Fabrício gerencia a logística e treinamento de motoristas para os ônibus elétricos, e apresenta a tecnologia aos clientes.
Por conta disso, trouxemos eles para responder nossas dúvidas sobre gestão de frotas para veículos elétricos.
Antes de ter essa conversa com o Fabrício, eu queria descobrir se o meu público acha que os veículos elétricos mudarão a gestão de frota.
Logo abaixo, podemos ver o resultado baseado em 294 respostas:
Dos que responderam, 76% acreditam que haverá uma mudança significativa, enquanto 10% não tinham certeza e 13% afirmaram que nada mudará.
Independente do resultado, é importante discutir o impacto dos veículos elétricos na gestão de frotas e emprego dos gestores.
As fontes elétricas e de hidrogênio são matrizes energéticas que podem ser utilizadas em veículos.
Atualmente, carros movidos a bateria elétrica estão mais acessíveis para consumidores do que a tecnologia baseada em hidrogênio.
Fabrício menciona que pesquisas revelaram que cerca de 60 a 64% da matriz energética brasileira depende de hidrelétricas, enquanto 15-20% dependem de combustíveis fósseis como as termelétricas (15-20%) e 8-9% de biomassa e biogás.
Energia solar é uma opção promissora, mas representa menos de 2% da energia necessária para o Brasil.
Voltando a falar sobre o hidrogênio, essa é uma fonte muito promissora, mas que demanda muitos estudos para tornar acessível no Brasil.
Em contrapartida, a energia elétrica está mais difundida, com postos de carregamento por todo o país.
Quanto custa percorrer 5 km de ônibus com combustível a diesel, e 5km com um ônibus elétrico?
Realizamos diversos testes para comparar o custo operacional de veículos elétricos e a diesel e descobrimos que o custo de combustível para um veículo elétrico é seis vezes menor do que para um veículo a diesel.
Fabrício
Esses dados do Fabrício batem com outras pesquisas do mercado.
Um estudo do Auto Papo Uol fez o comparativo de custos de carro elétrico contra um a combustão.
Em um cenário que os dois veículos rodaram 1.000 km dentro de um mês, chegou-se a esses resultados:
Essa diferença renderá muita economia para as empresas a longo prazo, no entanto, o investimento inicial é maior.
Se uma empresa rodar, por exemplo, em média 5.000 km por mês, é importante calcular quanto tempo levará para recuperar o investimento inicial. Atualmente, os ônibus elétricos custam em média 2,5 milhões de reais, enquanto os ônibus a diesel custam em torno de 800 a 900 mil.
Devido ao alto valor do investimento inicial, muitas empresas optam por planos de negócios como arrendamento ou locação para adquirir veículos elétricos.
Além do combustível, a manutenção de veículos elétricos é mais simples e econômica, principalmente no freio devido à regeneração.
O motor elétrico possui uma quantidade menor de peças em comparação ao motor de combustão e não precisa de manutenção.
Em contrapartida, a vida útil do motor elétrico é prevista para cerca de um milhão de quilômetros, o que pode ser menor do que os 15 anos de operação comum para ônibus movidos a combustível fóssil.
De fato, o carro elétrico é mais simples e vai exigir menos manutenção, não há dúvidas. No entanto, temos a questão das baterias! Todo mundo tem um certo receio em relação a elas, principalmente por causa dos smartphones. Por exemplo, quando você pega o aparelho e começa a usar, vai estragando com o tempo e talvez ele só dure mais três ou quatro anos. Como funciona para os veículos?
No nosso caso, explica Fabrício, estamos trabalhando com as baterias da CFL, a maior fabricante de baterias do mundo, e elas têm sete anos de garantia. A previsão é que elas percam cerca de 30% da capacidade nesse período, o que afetaria a autonomia do veículo. Porém, vamos monitorar a capacidade da bateria e substituí-la após 7 ou 8 anos para garantir que o veículo tenha uma vida útil de 15 anos.
As baterias antigas podem ser recondicionadas para outras aplicações que exigem menos amperagem, como em sistemas de nobreaks, por exemplo. Com relação aos custos, se considerarmos apenas o combustível, o retorno do investimento levaria cerca de 300 meses, o que tornaria inviável o uso do veículo elétrico.
Mesmo que a empresa extingue o combustível da frota, isso não elimina os problemas com custos e abastecimento. Vamos entender melhor isso:
Imagine que um veículo elétrico tem uma autonomia de 250kWh.
Se a operação diária da frota for menor que essa autonomia, você não precisa ter preocupação.
Porém, se a operação ultrapassar ou estiver muito próxima dos 250kWh, é necessário se preocupar, pois pode acabar a bateria do veículo antes de voltar para a garagem.
Nesse sentido, a frota elétrica e a convencional possuem um ponto em comum: a direção agressiva do motorista aumenta o consumo de energia.
Por isso, em uma frota de veículos elétricos, continuará imprescindível a aplicação de treinamentos de direção.
No entanto, a direção agressiva não impacta na vida útil da bateria.
Fabrício
“É mais ou menos o que estávamos comentando anteriormente, sobre a transição para frota elétrica. Por um lado, haverá um alívio em relação a questões como emissões de gases poluentes e custos com combustível. Por outro lado, haverá uma demanda maior por tratativas e adaptações necessárias para a implantação do projeto.”
Fabrício.
Listando tudo que vimos podemos separar como pontos positivos:
De negativo, temos:
Ficou claro que a função de gestor de frota não vai acabar, ela vai apenas trazer novas responsabilidades e facilitar outras questões, como destacado por Fabrício. É importante que as pessoas se preparem e estudem para exercer essa função, assim como estamos fazendo ao compartilhar essas informações com vocês!
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