A depreciação da frota é um dos custos mais ignorados na gestão veicular, e um dos que mais comprometem o caixa da empresa ao longo do tempo.
Muitos gestores não consideram esse valor nas suas contas, e o resultado é um só: frota envelhecida, dificuldade para renovar veículos e aumento dos custos operacionais.
Entenda mais sobre o assunto no artigo a seguir:
Conteúdo
O que é Depreciação da Frota e Por Que Você Deve se Preocupar?
A depreciação da frota é a perda de valor dos veículos com o passar do tempo. Todos os ativos móveis da sua empresa, como carros, motos, caminhões, vans e tratores, estão perdendo valor, mês após mês, independentemente da sua operação.
É como um “vazamento de caixa invisível,”
Muitos gestores cometem o erro de não considerar esse custo, seja por desconhecimento, seja por falta de dados. E o impacto disso não aparece no dia a dia, mas explode quando a frota precisa ser renovada e a empresa não tem recursos para isso.
Por que a Depreciação é um dos Custos Mais Perigosos da Operação?
Mesmo sendo um dos principais responsáveis pela redução do valor patrimonial da frota, a depreciação ainda é negligenciada por muitos gestores. Isso ocorre, principalmente, por que ela não se apresenta de forma visível nas planilhas mensais: não há boleto, não há notificação, não há alerta no painel.
No entanto, seus efeitos são profundos e cumulativos. Ao ser ignorada por longos períodos, a depreciação se transforma em um gargalo financeiro que pode impedir a renovação da frota e gerar prejuízos sérios para o negócio.
Veja por que esse custo é tão perigoso:
- Ela é inevitável: todo veículo perde valor com o tempo, independentemente do uso;
- É silenciosa: não gera boletos, mas consome o valor dos seus ativos mês a mês;
- É acumulativa: se não for controlada, forma um rombo no caixa no momento da troca;
- Afeta o planejamento financeiro: sem provisionamento, a renovação da frota se torna inviável;
- Aumenta o CPK: veículos depreciados com baixa performance encarecem o custo por quilômetro;
- Compromete a competitividade: empresas com frota obsoleta perdem espaço no mercado.
Ignorar a depreciação da frota pode parecer um “alívio” no curto prazo. Mas no médio e longo prazo, isso vira um dos maiores vilões da gestão.
Depreciação Contábil X Depreciação Real: Entenda a Diferença
Um dos maiores erros cometidos por gestores de frota é confundir a depreciação contábil com a depreciação real de mercado.
Depreciação contábil (no papel)
- Utiliza uma taxa padrão definida pela legislação;
- Para veículos, a regra é geralmente 20% ao ano;
- Serve para fins fiscais e para o balanço patrimonial;
- Não considera variações de mercado, modelo, marca ou condição do veículo.
Depreciação real (do mundo real)
- Varia conforme a marca, modelo, segmento, uso e conservação do veículo;
- Pode ser muito superior ou inferior a 20% ao ano;
- É o que realmente importa para a gestão da frota e planejamento financeiro;
- É a base correta para calcular o provisionamento de caixa e o CPK real.
Exemplo:
Um caminhão de R$ 800.000 pode perder R$ 240.000 em 2 anos, mesmo que a depreciação contábil declare um valor bem menor.
Como Calcular a Depreciação da Frota de Forma Realista e Assertiva
O cálculo da depreciação da frota pode (e deve) ser simples, mas realista. Esqueça estimativas genéricas e siga este passo a passo:
1 – Use a fórmula básica
Depreciação = Valor de compra – Valor estimado de venda
2 – Como estimar o valor de revenda com precisão
Mesmo que você ainda não tenha vendido o veículo, é possível fazer uma estimativa confiável com base em:
- Tabela Fipe;
- Anúncios reais em plataformas como OLX, WebMotors, Mercado Livre;
- Concessionárias e lojas de seminovos;
- Relatórios de mercado (como da KBB ou FipeCarros).
Dica de ouro:
Use veículos com a mesma idade projetada de uso.
Exemplo: se pretende ficar 3 anos com o veículo, procure anúncios de veículos com 3 anos de uso.
3 – Calcule a depreciação mensal
Depreciação mensal = Depreciação total ÷ número de meses de uso
Exemplo prático:
Valor de compra: R$ 96.000
Valor estimado de venda após 3 anos: R$ 55.000
Depreciação total: R$ 41.000
Tempo de uso: 36 meses
Depreciação mensal = R$ 1.140
O Impacto da Depreciação da Frota no CPK
A depreciação da frota é um custo fixo. Ela ocorre independentemente de o veículo estar rodando ou não.
Isso significa que, quanto menos o veículo roda, maior é o peso da depreciação no CPK.
Exemplo:
- Depreciação mensal: R$6.600
- Quilometragem mensal: 3.300km
- CPK da depreciação: R$2,00 por km rodado.
Agora imagine uma empresa que calcula o CPK sem considerar a depreciação da frota. Resultado: margem distorcida, custo real mascarado e preço mal calculado.
O Ciclo Vicioso da Depreciação Mal Gerenciada
Quando a depreciação da frota é ignorada ou mal calculada, a empresa entra num ciclo vicioso que pode ser fatal:
- Não calcula a depreciação;
- Não provisiona valores para renovação;
- Frota envelhece e quebra mais;
- Aumentam os custos de manutenção;
- Aumenta o CPK;
- Empresa perde competitividade;
- Não consegue renovar a frota;
- A frota continua envelhecendo…
É como uma bola de neve – quanto mais tempo você ignora o problema, maior ele se torna.
Como Reduzir a Depreciação da Frota e sair do Ciclo Vicioso
Felizmente, a depreciação da frota pode ser controlada e até reduzida, com ações estratégicas de gestão.
1. Faça manutenções preventivas
- Mantém o veículo em melhor estado de conservação;
- Garante maior valor de revenda;
- Reduz falhas que aceleram a desvalorização.
Leia mais: Plano de Manutenção Preventiva da Frota: Como Criar?
2. Aplique checklists operacionais
- Ajuda a identificar danos estéticos e mecânicos precocemente;
- Aumenta a vida útil do ativo;
- Dá base para uma gestão proativa.
3. Crie um plano de renovação da frota
- Defina o tempo ideal de permanência de cada tipo de veículo na empresa;
- Use dados reais para definir o “ponto econômico de substituição”.
4. Faça o provisionamento mensal da depreciação
Se a depreciação mensal de um veículo é R$ 1.140, esse valor precisa ser separado todos os meses.
Assim, no momento da substituição:
- Você tem dinheiro em caixa;
- Evita financiamento com juros altos;
- Troca a frota no momento certo.
Ciclo Virtuoso: a Gestão Inteligente da Depreciação da Frota
Empresas de transporte bem estruturadas seguem um ciclo virtuoso de controle da depreciação da frota:
- Calculam corretamente a depreciação;
- Incluem esse custo no CPK;
- Fazem provisionamento mensal;
- Mantêm a frota atualizada;
- Reduzem manutenção e aumentam produtividade;
- Melhoram a margem de lucro;
- São mais competitivas no mercado;
- Têm recursos para renovar a frota continuamente.
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