Gestores de frota buscam a telemetria avançada para resolver problemas, reduzir custos e aumentar a produtividade dos veículos.
Neste post, vamos debater se a análise de uma freada ou aceleração brusca faz diferença no final das contas!
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Telemetria avançada
Como CEO de uma empresa de sistema de gestão de frota, tive a oportunidade de conversar com gestores de diversas áreas, e me deparei com pessoas que procuravam por telemetria avançada.
Telemetria avançada é uma tecnologia que capta e registra informações detalhadas dos veículos, informações que um sistema de rastreamento comum não registra, como:
- Aceleração e freada brusca;
- RPM (Conta Giro Motor);
- Pressão dos Pneus;
- Abertura de portas;
- Temperatura do motor;
- Entre outras funções
Esses dados são obtidos através de sensores conectados ao rastreador, ou por um acelerômetro presente no próprio rastreador do veículo, que através da movimentação registra a aceleração, freada e curva brusca.
À primeira vista, a telemetria pode encantar os gestores, que terão acesso a uma grande quantidade de informações para analisar.
Porém, o problema se encontra aí: Se preocupar com a quantidade, e não com a qualidade.
Sabemos que a rotina do gestor não se resume apenas em analisar o sistema, ele precisa sair para o pátio de veículos, conversar com motoristas, diretores, fechar parcerias com postos de gasolina, e por aí vai.
Ao separar um tempo para analisar o sistema, o gestor precisa ser certeiro e analisar os índices que vão apontar como está o desempenho da sua frota, e você pode ter certeza que o RPM não é um desses índices.
Mas então a Telemetria Avançada não funciona?
Um dos objetivos da Telemetria Avançada é o de analisar comportamentos inapropriados do motorista no volante, mas na prática não funciona tão bem assim.
O acelerômetro é um equipamento muito sensível ao movimento do veículo, e por mais que o motorista tenha um modo de condução exemplar no volante, o equipamento pode passar informações erradas.
No Brasil, temos muitas estradas com buracos ou sem asfalto, o que gera muito movimento dentro do veículo.
Por mais que o rastreador (com acelerômetro) esteja bem fixado no veículo, ele pode registrar esses movimentos, por conta das más condições da pista, considerando isso aceleração e freada brusca.
Em veículos pesados, como os caminhões e ônibus, a situação se agrava, já que eles naturalmente balançam mais.
Não é correto considerar que a mesma configuração de uma telemetria vai funcionar em veículos diferentes.
E também não é correto considerar que todas as freadas bruscas são erradas, como em um caso para evitar acidentes.
No Contele Rastreador, fizemos vários testes e chegamos a conclusão que não é confiável passar esses dados.
Além disso tudo, com a nossa experiência, você não precisa da telemetria avançada para ter bons resultados na sua gestão da frota.
Gestão de Frota 80/20: Como deve ser feito
A Lei de Pareto (ou Princípio de Pareto) afirma que 80% dos resultados são derivados de 20% das ações.
O princípio surgiu por uma observação econômica, mas pode ser aplicado para as mais diversas áreas e assuntos.
Para identificar as ações mais importantes a serem tomadas, precisamos entender o nosso objetivo.
Os principais objetivos de qualquer gestor de frota são:
Reduzir gastos de combustível
A média de consumo é o principal reflexo do modo de condução do motorista e, de longe, é o maior gasto da frota.
Foque em controlar as médias de consumo, por veículo e motorista, estabelecendo metas e reduzindo os gastos com combustível.
Reduzir manutenções
Não se esqueça do plano de manutenção dos veículos, e receba sempre os checklist dos veículos feitos pelos motoristas.
Isso vai garantir a boa manutenção preventiva do veículo, evitando a manutenção corretiva que, geralmente, custa cerca de 30% mais.
Reduzir e eliminar número de acidentes
Esse pode ser um custo surpresa que acaba com o caixa da empresa.
Se isso se tornar um processo, o rombo no caixa da empresa pode ficar ainda maior.
O principal indicador para você reduzir e eliminar os acidentes que você deve focar são os excessos de velocidade.
O que fazer?
Qualquer sistema de gestão de frota de qualidade apresenta esses indicadores da gestão de frotas 80/20 em relatórios.
O Contele Rastreador, por exemplo, coleta e faz o:
- Consumo médio de combustível por veículo.
- Checklist dos Veículos e lembretes de manutenção por km;
- Avisos de excesso de velocidade.
Ao analisar esses dados, o gestor identifica os erros, quem está cometendo, e toma medidas para neutralizá-los.
Essa ação pode ser um treinamento de direção econômica, algo que vai trazer além de economia, segurança nas estradas.
O que fica de lição?
Considerando a rotina corrida do gestor de frota, não podemos idealizar que ficaremos cuidando apenas do que acontece dentro do sistema, e desconsiderar todos os outros fatores externos.
Por isso, precisamos focar na qualidade, e não na quantidade.
O seu objetivo precisa ser simplificar a gestão da frota, e não complicar mais.
Pense comigo: se eu analisar os dados de aceleração e freada brusca, isso não vai anular a necessidade de se fazer uma análise do consumo médio de combustível.
Agora, se eu analisar o consumo médio de cada motorista, essas outras análises se tornarão desnecessárias.