A gestão profissional de pneus é essencial para reduzir custos, aumentar a segurança e prolongar a vida útil dos veículos da sua frota.

Mais do que medir pressão e anotar desgastes, ela envolve processos bem estruturados, capacitação da equipe e uso de tecnologia para transformar cada pneu em um ativo rentável.

Neste artigo, você vai entender o método GPP, aprender técnicas práticas para economizar e descobrir como evitar erros que custam caro ao caixa da sua empresa.

Por que Pneus são Ativos Estratégicos

Pneus não são apenas itens de consumo. Eles tem valor patrimonial elevado e impacto direto na rentabilidade. Em uma frota de caminhões, o valor em pneus pode chegar facilmente a milhões de reais.

Impactos diretos da má gestão:

  • Aumento de consumo de combustível;
  • Redução da vida útil do pneu;
  • Maior risco de acidentes e passivos jurídicos;
  • Perda de recapabilidade.

Exemplo real: 100 caminhões × 18 pneus × R$ 2.500 cada = R$ 4,5 milhões em patrimônio só em pneus.

Método GPP: os 3 pilares da gestão profissional de pneus

O GPP (Gestão Profissional de Pneus) estrutura o controle em três pilares fundamentais:

  1. Processo – rotinas padronizadas de inspeção, calibragem, rodízio, emparelhamento, alinhamento e registro;
  2. Pessoas – treinamento constante para equipe técnica e motoristas;
  3. Tecnologia – uso de sistemas e indicadores para tomar decisões rápidas.

Etapas para implementar:

  1. Levantar inventário completo dos pneus;
  2. Definir padrão de aplicação e manutenção dos pneus;
  3. Criar rotina de coleta de dados;
  4. Treinar a equipe para execução padronizada;
  5. Usar tecnologia para análise de indicadores.

Gestão Amadora X Gestão Profissional

Segundo Heiner, a diferença não está só nas ferramentas, mas na mentalidade de controle. 

Gestão amadora:

  • Calibragem “quando dá tempo”;
  • Sem histórico individual do pneu;
  • Compra pelo preço mais baixo;
  • Rodízio feito sem critério;
  • Falta de alinhamento preventivo.

Gestão profissional:

  • Calibragem em frequência definida por operação;
  • Histórico de cada pneu desde a compra até o descarte;
  • Escolha técnica de modelos e medidas;
  • Rodízio e emparelhamento programados;
  • Alinhamento e balanceamento como rotina.

Engenharia de Aplicação: o Segredo da Durabilidade

Aplicar corretamente cada tipo de pneu é tão importante quanto a manutenção. Erros comuns de aplicação, segundo Heiner:

  • Colocar pneus importados na dianteira de caminhões (risco de segurança);
  • Usar medidas diferentes no mesmo eixo;
  • Aplicar pneus de recapagem em posições erradas;
  • Escolher banda de rodagem sem considerar a rota e o tipo de carga.

Indicadores que Realmente Importam

O CPK (Custo por Quilômetro) é importante, mas não pode ser o único parâmetro.

Limitações do CPK:

  • Não considera recapagens;
  • Ignora falhas prematuras;
  • Pode mascarar má aplicação.

Indicadores complementares:

  • Vida útil média em km;
  • Taxa de recapabilidade (porcentagem de pneus reaproveitados);
  • Custo por hora (para máquinas fora de estrada);
  • Índice de falhas prematuras.

Exemplo de CPK: pneu de R$2.500 rodando 120.000 km = R$ 0,0208/km

Calibragem: Frequência e Técnica Corretas

Heiner destaca que calibrar apenas quando o veículo está no pátio não é suficiente. A frequência ideal depende da operação:

  • Rodoviário: 7 dias;
  • Urbano: 3 a 5 dias;
  • Fora de estrada: diariamente.

Mitos e verdades:

  • “Não pode calibrar pneu quente”: pode sim, desde que não ultrapasse 80°C e use até 10% a mais da pressão nominal;
  • Uso de ar seco reduz variações e aumenta estabilidade da pressão.

Ferramentas e Tecnologia Essenciais

Ferramentas básicas:

  • Manômetro de precisão;
  • Profundímetro;
  • Calibrador;
  • Marcadores para identificação.

Tecnologia avançada:

  • Sistemas de gestão de pneus (ex: Budini);
  • Sensores TPMS (pressão e temperatura);
  • Aplicativos para checklist digital;
  • Dashboards de indicadores.

Controle de Recapagem

A recapagem é uma das maiores fontes de economia, mas só funciona se: 

  • O casco chegar ao final da vida útil em bom estado;
  • O histórico do pneu estiver completo;
  • A banda de recapagem for escolhida conforme aplicação.

Benefício: uma boa recapagem pode reduzir o custo por km em até 40%.

Erros que Destroem Pneus Antes da Hora

  • Comprar pelo preço mais baixo ignorando aplicação;
  • Misturar modelos e medidas;
  • Calibragem irregular;
  • Falta de rodízio;
  • Ignorar desalinhamento;
  • Rodar com sobrecarga.

Custo oculto: um pneu mal calibrado pode aumentar o consumo de combustível em até 3%.

Checklist para Começar Hoje a Gestão Profissional de Pneus

  • Inventário de todos os pneus;
  • Cálculo do valor patrimonial;
  • Definição da política de aplicação;
  • Treinamento da equipe;
  • Frequência de calibragem definida;
  • Registro de histórico individual;
  • Monitoramento mensal de indicadores.

Dê o Próximo Passo com o Método GPP

A gestão profissional de pneus não é apenas uma técnica — é uma estratégia capaz de gerar economia imediata, aumentar a segurança e prolongar a vida útil dos ativos da sua frota.

E o melhor caminho para dominar esse assunto é aprender diretamente com quem vive isso no dia a dia.

Por isso, recomendamos o curso da Universidade do Pneu, ministrado pelo Engenheiro Heiner, criador do método GPP.

No treinamento, você vai aprender passo a passo como aplicar processos, indicadores e práticas avançadas para reduzir custos e otimizar o desempenho dos pneus na sua frota.

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Autor

O meu nome é Julio César, CEO da Contele Rastreador e autor deste blog. Graduado em Engenharia Eletrônica e em Processamento de Dados e MBA em Gestão Empresarial pela FGV.