Se a gestão de frotas fosse como o futebol, o gestor de frotas seria o técnico, responsável pelo desempenho dos motoristas que estão em campo. O que talvez você não saiba, é que existem 11 hábitos de condução de veículos que você precisa conhecer para passar aos seus motoristas.

Para isso, eu convidei o consultor Carlos Cavalcanti que mostrará que hábitos são esses, que levará o seu time a taça da redução de custos.

Carlos é dono da empresa Otimizar Consultoria, que presta assessoria em gestão de frota em todos os segmentos que envolvem a operação, mas com foco principal em capacitar condutores.

Qual o objetivo em implementar os 11 hábitos de condução?

Apesar de seu foco ser orientar o motorista, levanto o seguinte questionamento: como um gestor consegue melhorar o seu serviço com hábitos de condução? Nas palavras de Carlos, para um time ter um bom funcionamento, um líder precisa saber o que cobrar de seus colaboradores.

Muitas vezes o condutor não trabalha corretamente por não ser bem orientado. A média de resultados é como os gols, se o time não está fazendo gols (atingindo suas metas), algum jogador não está conseguindo render em suas atividades.

Quais benefícios os bons hábitos de condução trazem?

Além de reduzir custos relacionado ao combustível (principal item quando se fala em diminuir custos operacionais), simultaneamente você economiza em outras funções do veículo, como sistema de embreagem e pneus, por estar conduzindo o carro de forma suave e correta, evitando gastos em manutenção, explica Carlos.

Nosso convidado ressalta que o KPI principal que deve ser analisado é a média de consumo.

É difícil mensurar todo esse cenário da mesma forma que o combustível é mensurado. Portanto, com esse cálculo, é mais fácil visualizar as economias feitas em manutenções de veículos, multas, ausência de acidentes, entre outros. Uma média ruim é sinal de gastos em desgastes prematuros do veículo.

Já deu pra notar que há motivos de sobra para aplicar os métodos, não é mesmo? Agora, vamos passar por cada um dos hábitos de condução para que você possa implementá-los o quanto antes.

1. Distância de Seguimento

A distância de seguimento é a distância que o motorista deve ter do veículo que está a sua frente. 

Este hábito de condução traz segurança no trabalho e evita o acontecimento de acidentes na estrada.

Você sabia que ao dirigir a 100 quilômetros por hora, são percorridos 36 metros por segundo e não há tempo suficiente para parar? Infelizmente, muitos condutores não têm essa noção. Praticar a distância de seguimento é crucial para manter a segurança do motorista, do veículo e, além disso, poupar vidas e combustível.

Calcular a distância de seguimento é fácil. Primeiramente, leve em consideração o veículo que está sendo utilizado. Em seguida, encontre um ponto fixo na pista. Quando o veículo à sua frente passar desse ponto, conte 2 segundos pausadamente. Caso você tenha tempo de falar os números antes de ultrapassar o ponto fixo, sua distância está correta.

No caso de caminhões, conte tenha uma distância de 4 segundos. Para carretas, aumente para 6 segundos.

Em condições adversas como chuva, buracos, viagens noturnas ou trânsito intenso, aumente em dois segundos para todos os casos. Sempre adapte sua condução às condições da pista para garantir sua segurança e a de outros motoristas.

2. Dirija com Previsibilidade

É preciso estar atento em todo o seu campo de visão, tanto em curto espaço quanto em longo espaço. É importante perceber o que está a sua volta, mas não deixar de notar os obstáculos futuros, como caminhões lentos, acidentes, buracos, pedestres, pontos cegos, entre outros. 

A previsibilidade te permite analisar ações que poupam seu tempo, seu veículo e diminuem o índice de acidentes. Essa prática exige foco e não abre espaço para distrações!

Desvios de atenção, como celulares, além da possibilidade de causar acidentes, tiram a sua capacidade de previsibilidade, aumenta o consumo de combustível e traz possibilidade de multas.

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) aponta que a falta de atenção é o fator que mais mata nas rodovias federais.

3. Frenagem Planejada

Para realizar uma frenagem planejada, precisamos voltar para o hábito de condução passada e termos previsibilidade. Ao dar margem para desatenções, o condutor só percebe que é momento de frear em cima da hora, prejudicando o veículo, pastilhas e consumindo combustível.

Muitas vezes, se há previsibilidade, não é necessário nem frear! Se as condições forem boas, basta apenas tirar o pé, reduzir a marcha e, quando o semáforo abrir, colocar na terceira marcha e seguir.

4. Uso dos Freios Auxiliares

Uma prática mais voltada para frota pesada. Utilizando os freios auxiliares, poupa-se o freio de serviço, tambores, lonas e poupa combustível. Em cargas pesadas, os freios funcionam através de ar, o ar é gerado pelo compressor e o motor é o responsável pelo compressor. Ou seja, quanto mais você utiliza o freio, mais ar é gerado e mais energia mecânica é gerada pelo motor.

Além disso, utilizar os freios auxiliares evita o aquecimento de lonas e queima de carga. 

Então, qual é a marcha que o motorista deve usar para descer a serra com o freio motor ligado? 

Se o caminhão estiver carregado, a marcha utilizada nessa descida deve ser a mesma marcha utilizada na subida com o caminhão carregado. Com isso, a rotação do motor é elevada. Além disso, o freio motor só tem 100% eficiência se o giro estiver alto, ou seja, com marcha forte e correta.

5. Limite de Velocidade

Parece impossível conciliar seguir a quilometragem das pistas e chegar no horário, mas na realidade o que importa é a velocidade média e não a velocidade final. É uma conta inversa: se você aumenta a sua velocidade, a média de consumo cai.

A alta velocidade não te permite ter previsibilidade e já te provamos o quanto ela é importante durante a condução. Esse hábito é um dos mais importantes para economizar combustível, pois quanto mais você exige do motor, maior será o consumo.

6. Aceleração Gentil

Este hábito de condução anda com o limite de velocidade e o planejamento de frenagem.

Não é preciso acelerar o veículo em altas velocidades, pois isso só trará danos ao motor, aumentará o consumo de combustível, poderá causar sobregiro na turbina e desgaste excessivo nos pneus devido ao atrito.

Ao contrário do que se pode pensar, acelerar demais resultará em gastos desnecessários, tanto com manutenção quanto com combustível. Portanto, é importante dirigir de forma moderada para preservar o veículo e economizar recursos.

7. RPM Na Faixa Verde

A faixa verde é a melhor faixa de toque que o motor tem, ou seja, onde terá a melhor força que o motor produz no RPM. Esse índice varia de motor para motor e o indicado para o seu automóvel estará no manual.

Seguindo a faixa verde, o condutor passa a ter um melhor desempenho durante a condução, gerando um rendimento na média.

8. Ponto Extra Econômico

Dentro da faixa verde há o ponto extra econômico, dividindo na metade a faixa verde você encontrará o ponto em questão.

Gestor, marque no veículo de seus colaboradores essa medida! Quanto mais tempo o condutor conseguir rodar nesse ponto, mais economia será feita. 

Com certeza o seu motorista irá te falar: “Ah, mas eu não vou conseguir rodar o tempo todo nesse ponto”. Sabemos disso! Mas mostre ao motorista o ponto extra econômico, a marcha correta e instrua a manter a condução, dentro do possível, nessa rotação!

9. Menos Tempo de Motor Ocioso

A partir de hoje, deixe de lado a marcha lenta! Esse é um dos maiores ladrões de combustível! Em um caminhão com o motor com mais de 400 cavalos, cada hora ligada equivale a 4/5 litros de diesel por hora, já em carros com menos de 300 cavalos, o gasto é de cerca de 1,5 a 2,5 litros por hora.

Mesmo que os tempos de parada não sejam longos, juntando os intervalos de tempo em minutos de cada uma, pode facilmente ultrapassar o tempo de uma hora. Mas não está só no gasto o problema.

O motor a combustão não foi feito para trabalhar parado, dessa forma não há refrigeração. O meio ambiente também é prejudicado com essa conduta devido à emissão de CO2, prejudicando no atingimento das metas de ESG da empresa.

10. Aproveite a Inércia e a Gravidade

Aproveite o embalo do veículo, mas ressalte sempre que a segurança é mais importante do que as questões econômicas.

Aproveitar o embalo é analisar (olha aí a previsibilidade!) as condições em que o veículo se encontra e aproveitar da melhor forma. Em uma descida, por exemplo, a força da gravidade irá atuar, eliminando a necessidade de pisar no acelerador e gastar combustível. 

Dica: não jogue no ponto morto, pois consumirá combustível! Sem acelerar, o motor gira em desaceleração, então não tem problema sair da faixa verde pois trará maior economia dessa forma.

11. Planejamento de Viagem

Antes de iniciar a viagem é importante conhecer e identificar a melhor rota. Além disso, pense: o combustível é suficiente? E a nota fiscal? Está tudo certo com a carga? Faça um checklist!

Considere também os pontos de parada, trânsito, tempo de viagem e outros pontos importantes que irão influenciar em seu trabalho. Essa responsabilidade não cabe só ao motorista, vale uma análise conjunta com a gestão e equipe de logística!

Invista nos 11 hábitos e transforme sua frota!

A motivação, ou a falta dela, é responsável pelos resultados bons e ruins e o papel do gestor é implementar políticas de incentivos aos colaboradores, não apenas dar ordens.

Implantar um sistema que faça sentido não é apenas explicar uma lista de novos hábitos de condução, mas sim motivar e fazer com que queiram colocar em prática.

O sentimento de pertencimento aumenta a produtividade daqueles que garantem o funcionamento diário de sua equipe, traz motivação e diminui a rotatividade de motoristas.

Tem interesse em pôr em prática os pontos que falamos e analisar os resultados dessas ações? 

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Não se esqueça de conferir a live completa com o nosso convidado Carlos Cavalcanti e não perca nenhum detalhe sobre a importância da implementação das práticas de condução!

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Autor

O meu nome é Julio César, CEO da Contele Rastreador e autor deste blog. Graduado em Engenharia Eletrônica e em Processamento de Dados e MBA em Gestão Empresarial pela FGV.