A gestão de uma frota com mais de 1.000 veículos representa um desafio, mas também uma oportunidade para que se aprenda novos conhecimentos.
Hoje, vamos conversar com a Monica Lima, responsável pela gestão de 7.000 veículos, onde compartilhará suas práticas para lidar com tantos ativos e motoristas.
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Conheça a nossa convidada
Mônica é uma especialista em logística e transporte, com 14 anos de experiência neste setor.
Ao longo de sua trajetória na atual empresa, Mônica passou por diversos setores, adquirindo um amplo conhecimento sobre a logística e o transporte.
Hoje, ela atua no setor de manutenção e gestão dos motorista, onde busca principalmente reduzir os custos com combustível da frota.
É possível aplicar em uma frota pequena o que é feito em uma frota grande (mais de 1000 veículos)?
Muitos gestores têm essa dúvida, mas sim: é possível aplicar as mesmas ações em frotas de portes diferente.
Claro que existirá diferenças, pois uma frota com mais de 1000 veículos provavelmente terá um orçamento maior e mais recursos que uma frota de pequeno porte. Isso significa que ela poderá investir em tecnologias e processos mais sofisticados de gestão de frotas.
No entanto, mesmo uma frota de pequeno porte pode se beneficiar de algumas das mesmas ações tomadas por uma frota maior.
Ou seja, mesmo que a sua realidade seja totalmente diferente da Monica, o que ela tem a ensinar é muito valioso para você.
Através de uma pesquisa que realizamos com gestores de frota, pudemos validar que muitos ainda têm dúvida sobre essa questão.
De 262 respostas, 40% acredita que é possível aplicar as ações, porém com exceções.
Quais os principais objetivos da frota da Mônica?
Mônica explica que tanto ela quanto sua equipe estão empenhados em alcançar dois objetivos:
- Realizar a manutenção preventiva;
- Economizar combustível.
Para isso, eles adotaram uma abordagem proativa, priorizando a realização de manutenções preventivas de forma regular e completa.
Este foco tem como objetivo evitar a necessidade de realizar manutenções corretivas.
Agora, vamos entender melhor o que é realizado na frota da Mônica nestes pontos citados.
1. Manutenção preventiva
Ao garantir a realização da manutenção preventiva dentro do prazo, a empresa zela pelo estado dos veículos, minimizando a ocorrência de falhas inesperadas e interrupções no funcionamento da frota.
Dessa forma, eles evitam transtornos para os clientes, que atrasaria entregas e potencialmente afetaria sua relação com eles.
Além disso, a manutenção corretiva apresenta outras desvantagens, como:
- Ser mais cara;
- Levar um tempo de reparo maior.
Se eu deixasse para fazer apenas corretiva, não teria controle sobre o momento em que os caminhões iriam parar.
Monica Lima
2. Economia de combustível
Apesar que, ao realizar manutenções preventivas, o consumo de combustível reduza parcialmente, a maior parte da economia vem da condução dos condutores.
Isso significa que, se não houver um trabalho na base e incentivar o envolvimento dos motoristas, a empresa não terá o resultado desejado.
Por conta disso, na empresa da Monica existe uma equipe de instrutores e profissionais preparados para conversar com os motoristas, dar palestras e instruí-los a baterem metas de consumo médio com segurança.
Mônica reforça a importância de escutar o motorista, entender os seus problemas e tentar ajudá-lo.
Nosso objetivo é tratar os motoristas como pessoas, e não como máquinas, como infelizmente ocorre em algumas empresas.
Monica Lima
Como o motorista pode se motivar a bater metas de consumo?
Hoje em dia, todas as empresas de transporte deveriam trabalhar com algum tipo de bonificação, especialmente relacionada ao consumo de combustível. Essa prática de oferecer incentivos para motivar os motoristas a economizar e alcançar metas de eficiência é extremamente importante e essencial para que o colaborador se sinta motivado.
No entanto, alguns motoristas ou pessoas não demonstram interesse nesse tipo de bonificação. Mesmo com a existência desses programas, há casos em que os motoristas parecem não se importar com isso, e provavelmente acabam não alcançando as metas estabelecidas para receber a bonificação.
Quais as ações primordiais para aplicar em uma gestão ineficiente?
A Mônica só conseguiu realizar esses dois objetivos fazendo os passos abaixo antes de tudo:
1. Realize um mapeamento do cenário de trabalho
Para uma gestão de frotas se tornar eficiente, primeiramente é necessário compreender a região atendida e o segmento de atuação da empresa.
Esse mapeamento permitirá ter uma visão completa das necessidades e desafios enfrentados.
Além disso, é fundamental identificar parcerias estratégicas, tanto na área de manutenção quanto no abastecimento, como por exemplo parcerias com postos de combustíveis.
2. Estabeleça metas e indicadores para monitorar o desempenho da frota
Acompanhar indicadores-chave, como quilometragem percorrida e consumo de combustível, permitirá identificar oportunidades de melhoria e tomar decisões embasadas em dados concretos.
3. Invista em treinamentos
Esse é um passo fundamental! Não apenas para os motoristas, mas também para toda a equipe envolvida na gestão da frota.
Mônica conta que até mesmo os instrutores da empresa recebem treinamentos de profissionais das marcas dos caminhões que utilizam.
Dessa forma, ela garante que os instrutores estarão totalmente capacitados para treinar os motoristas.
Se você possui uma frota menor, você pode ir atrás de concessionárias da sua região. Muitas vezes, essas concessionárias possuem profissionais capacitados que podem ser enviados à empresa para realizar ações educativas e de treinamento.
4. Analise a possibilidade de escalas de folga e rodízio entre os motoristas
Essa ação visa promover um equilíbrio saudável na rotina de trabalho. Também é recomendado implementar um sistema de bonificações para incentivar e reconhecer o bom desempenho dos motoristas, estimulando a eficiência e a segurança.
Por fim, à medida que o controle da frota estiver estabelecido, é o momento de pensar em investimentos estratégicos, como a renovação da frota. Isso pode gerar economia em manutenção e combustível, além de considerar a implementação de tecnologias que permitam um maior controle e monitoramento dos motoristas.